Já há alguns anos, estamos vivenciando um período de grande crescimento no mercado de tecnologia, o que atrai profissionais de diversas áreas em busca de novas oportunidades. Com a alta demanda por especialistas e a possibilidade de crescimento na carreira, muitas pessoas decidem migrar para esse setor.
Como já é de se esperar, essa mudança na carreira não é algo simples ou rápido, e a grande concorrência em cargos de nível júnior torna a situação ainda mais complicada.
Para conseguir a tão desejada oportunidade, é necessário, além de muito estudo e preparo, utilizar as estratégias corretas para chamar a atenção dos recrutadores. O primeiro passo para isso é criar um currículo que destaque as habilidades relevantes e mostre o valor das experiências anteriores.
Adaptar o currículo para uma transição de carreira exige um olhar cuidadoso sobre competências, experiências e formação acadêmica.
A seguir, você vai entender como organizar essas informações da melhor maneira para aumentar suas chances de conquistar uma oportunidade na nova área.
1. Escolha o formato ideal
Antes de escrever o currículo, é preciso entender que não existe apenas um modelo que deve ser replicado por todos os profissionais e para todas as oportunidades de emprego. Logo, é importante, antes de colocar as suas informações, definir qual formato faz mais sentido para a sua trajetória.
Existem três principais modelos de currículo que podem ser usados na transição de carreira:
Currículo funcional (baseado em habilidades)
Esse modelo é indicado para quem tem pouca ou nenhuma experiência na nova área, pois prioriza as demais competências adquiridas ao longo da carreira, o que pode ser útil para demonstrar como você pode agregar à empresa contratante.
A estrutura desse modelo de currículo coloca as habilidades desenvolvidas ao longo da sua trajetória no topo do documento, antes mesmo da experiência profissional. Dessa forma, o recrutador percebe rapidamente o que o candidato pode oferecer, mesmo sem um histórico tradicional no setor.
Currículo cronológico adaptado
Esse formato segue a estrutura tradicional que você já deve conhecer, listando as experiências por ordem de data. No entanto, as descrições das atividades são ajustadas para destacar aspectos que se relacionam com a nova área na qual você busca se colocar. É ideal para quem tem experiência anterior que pode ser aproveitada na transição de carreira.
Currículo combinado (misto)
Aqui, você vai encontrar uma mistura de elementos do currículo funcional com o cronológico. Esse é um modelo que destaca competências no início, mas também traz a experiência profissional, valorizando projetos e conquistas que possam agregar valor à nova área.
Pode ser uma boa opção para quem quer mostrar habilidades transferíveis sem abrir mão de apresentar o histórico profissional.
2. Destaque suas informações de contato e introdução
A primeira parte do currículo deve ser clara e objetiva. As informações pessoais aqui servem para apresentar ao recrutador, de maneira resumida, quem é você e quais são as formas que ele deve priorizar para entrar em contato. Inclua nome, e-mail, telefone e perfil no LinkedIn. Se tiver um portfólio ou site pessoal, também pode adicionar.
Já a introdução (ou resumo profissional) é um pequeno parágrafo que explica sua trajetória e motivação para a mudança de carreira. Ao escrever esta parte, lembre-se que os recrutadores recebem e analisam um número gigantesco de currículos diariamente. Portanto, resumir objetivamente quais são as informações relevantes e diferenciais para a vaga é um artifício que você deve utilizar para aumentar as suas chances. Esse trecho deve ser direto, apontando habilidades relevantes e sua disposição para atuar na nova área.
3. Alinhe o currículo com suas novas metas
O objetivo profissional deve refletir sua intenção de transição de forma clara. Se antes você era analista financeiro e quer migrar para a área de dados, pode escrever algo como:
“Profissional com experiência em análise de dados financeiros, transicionando para a área de Data Analytics. Conhecimento em Python, SQL e visualização de dados. Interesse em atuar com Business Intelligence e modelagem de dados.”
Um ponto importante aqui é não colocar um cargo alvo específico, mas sim qual área busca atuar, o que pode aumentar as suas chances de ser direcionado a uma vaga. O foco deve estar no que você pode oferecer para a nova função e não apenas no seu histórico profissional.
4. Evidencie suas competências transferíveis
Nem todas as habilidades são específicas de uma área apenas. Na verdade, o mais comum são competências que podem ser aplicadas em diferentes contextos. Por exemplo:
- Comunicação (importante tanto para vendas quanto para gestão de produtos)
- Análise de dados (utilizada em finanças, marketing e tecnologia)
- Liderança (presente em diversas funções, independentemente do setor)
- Identifique quais dessas habilidades fazem sentido para sua nova carreira e destaque-as no currículo.
Busque valorizar tanto as competências técnicas que são relevantes para o cargo que almeja, como as habilidades técnicas, as famosas soft skills, que são características que os recrutadores valorizam muito e costumam ser escassas no mercado.
5. Valorize suas experiências profissionais
Independente de qual o formato escolhido para o seu currículo, quando for descrever seus empregos anteriores, foque em realizações e responsabilidades que tenham alguma relação com a nova área. Por exemplo, se você era gestor de projetos e quer atuar com produto, pode enfatizar sua experiência em planejamento, gestão de recursos e tomada de decisões estratégicas.
Outro ponto importante é que, como você já deve saber, mentir no currículo é sempre um problema e sabemos que é comum que alguns profissionais acabem desempenhando funções que exigem um conhecimento e uma experiência maior do que o que consta no seu contrato de trabalho, por exemplo, muitos profissionais atuam em posições de liderança mesmo sem ter, formalmente, um cargo de gestão. Apenas neste caso, se você desempenhava atividades que estavam acima da função em que estava registrado, coloque no currículo o cargo mais condizente com as competências técnicas que você exercia no seu dia a dia, sempre aproveitando para destacar os resultados obtidos que podem comprovar sua competência. Por exemplo:
“Liderei um projeto de automação de relatórios, reduzindo o tempo de análise de dados em 40%.”
6. Invista na formação e qualificação
Este ponto não diz respeito apenas ao currículo, mas é importante destacarmos neste conteúdo que o seu desenvolvimento como profissional e o investimento em capacitação é totalmente necessário para a sua carreira, em especial neste momento de transição.
Cursos, certificações e especializações são muito valorizados em candidatos que estão neste processo. Se você está migrando para tecnologia, cursos de programação, análise de dados ou UX podem fortalecer seu currículo.
E não se preocupe se você não tiver um curso superior ou uma pós-graduação para colocar no currículo. O importante é demonstrar aos recrutadores o seu interesse em se desenvolver. Então não se engane pensando que é preciso dinheiro para ter boas qualificações. No conteúdo a seguir, você pode conferir algumas dicas acessíveis para quem quer migrar para a área da programação:
7. Organização e layout do currículo
Como já mencionamos anteriormente, os Tech Recruiters recebem até mesmo centenas de currículos toda semana, portanto é importante pensar bem na hora de formatar o seu para facilitar a leitura e chamar a atenção positivamente.
Busque manter um layout limpo e profissional seguindo esses passos:
- Use uma fonte simples e tamanho adequado.
- Divida o texto em seções bem definidas.
- Evite parágrafos longos.
- Utilize, no máximo, duas páginas. Informações não essenciais podem ser deixadas de lado.
8. Revisão final e personalização para cada vaga
Antes de enviar o currículo, revise erros gramaticais ou peça a outra pessoa para fazer isto, e ajuste os detalhes conforme a vaga desejada, já que personalizar o documento para cada oportunidade pode aumentar suas chances, como você pode conferir no conteúdo indicado a seguir:
Um exemplo de transição de carreira bem-sucedido
A Squad Leader, Natasha Rosa, é um exemplo de que com dedicação é possível sim migrar para a área de TI. Vindo da área de Engenharia Florestal, ela percebeu que se organizando e planejando com cuidado os próximos passos, o seu objetivo estaria muito mais perto.
Nesta entrevista, concedida ao programa Bom Demais, da TV Record no Piauí, ela conta mais sobre como foi essa transição de carreira e compartilha algumas dicas para quem está buscando entrar nesse mercado. Confira.
Conclusão
A transição de carreira é um desafio, mas com um currículo bem estruturado, as suas chances de conquistar uma vaga aumentam demais. O segredo está em organizar as informações e valorizar aquilo que você pode agregar na nova jornada.
Agora, bora lá preparar um currículo que vai te abrir portas?
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