Mais de 75% do PIB global passa por soluções SAP. A plataforma, reconhecida como um dos principais sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning) do mercado, é composta por módulos integrados que conectam processos de áreas como finanças, compras, estoque, vendas, recursos humanos, etc. Por isso, tornou-se peça-chave para a operação de milhares de empresas, e levou a aumentar a busca por profissionais com conhecimento na ferramenta, principalmente perfis funcionais e especialistas sênior.
Os cargos mais disputados hoje vão muito além da configuração técnica. Analistas funcionais, consultores e desenvolvedores, que compreendem o impacto de cada ação dentro da cadeia de processos, são cada vez mais estratégicos para companhias que buscam agilidade, compliance e controle.
Apesar disso, o SAP ainda é um universo pouco explorado por iniciantes na área de tecnologia. “É muito difícil alguém começar a carreira dizendo que quer trabalhar com SAP. Algumas pessoas nem sabem que isso existe. Mas depois que entram, percebem que é uma área cheia de possibilidades”, afirma Victor Mastropietro, consultor SAP Master Data Sênior da Gateware, com 15 anos de experiência em projetos complexos.
Começo inesperado
Victor começou a carreira em uma área de cadastro de materiais, executando tarefas operacionais dentro do sistema. Só depois percebeu que suas ações influenciavam diretamente o trabalho de outros setores. “Se eu não preenchesse direito um campo, aquilo travava a entrada da mercadoria ou o pedido de compra. Era como um dominó”, lembra.
A partir desse entendimento, veio o interesse por compreender melhor os fluxos da empresa e o papel do sistema SAP na sustentação de processos internos.
O profissional funcional nasce desse movimento. Ele atua como uma ponte entre a operação e o sistema, traduzindo necessidades do negócio em soluções dentro do ERP. “Quando você enxerga que não está apenas digitando, mas impactando toda uma cadeia, a sua atuação muda. E é isso que o mercado está valorizando cada vez mais”, afirma.
Mesmo com o aumento da procura por especialistas, a formação nessa área ainda é um desafio. Existem cursos básicos e academias SAP mais técnicas, porém faltam trilhas intermediárias para quem já tem contato com o sistema e quer evoluir. “Ou é muito básico, ou é técnico demais para quem não tem bagagem de processo”, resume Victor.
Além disso, grande parte dos conteúdos está em inglês, o que exige familiaridade com o idioma ou uso de ferramentas de tradução. A recomendação, segundo ele, é buscar conhecimento de forma contínua, aproveitando fontes gratuitas, redes profissionais e a própria experiência do dia a dia, sempre com senso crítico. “Tem gente dizendo que em seis meses dá pra virar sênior. Isso é perigoso. O SAP é complexo e exige maturidade”, reforça.
SAP hoje
Atualmente, estrutura do SAP é dividida em módulos específicos, como MM (gestão de materiais), FI (finanças), CO (controle), SD (vendas), RH e outros. A porta de entrada costuma ser o módulo de gestão de materiais, que está mais próximo de áreas operacionais como compras e estoque. Com o tempo, o profissional pode se aprofundar em outros módulos ou expandir sua atuação.
Outro conceito cada vez mais presente no SAP é o Clean Core, uma abordagem que busca reduzir customizações feitas pelas empresas ao longo dos anos, voltando a usar o Sistema SAP de forma mais próxima do padrão. “Cada campo criado fora do padrão vira uma manutenção a mais, um risco. O Clean Core tenta simplificar isso. Mas nem sempre é viável. Cabe ao consultor ajudar a decidir o que manter ou mudar”, explica Victor.
A atuação com SAP pode acontecer dentro da própria empresa usuária, por meio de consultorias ou como profissional alocado em projetos. Victor atua em um projeto de uma multinacional da construção por meio da Gateware, empresa de tecnologia com presença no Brasil e exterior. Ele trabalha majoritariamente de forma remota, com presença pontual em momentos críticos. “O modelo híbrido funciona bem. Depende da fase do projeto e da cultura da empresa”, observa.
Para quem quer começar nessa área, Victor recomenda manter a curiosidade acesa. Entender os impactos do que se faz, questionar os processos e buscar conexões além da tarefa imediata. “Tem muita coisa que a gente não controla, como situações na empresa onde vamos trabalhar ou o tipo de projeto que vai aparecer. Mas tem uma que depende só da gente, que é correr atrás do conhecimento e ser um verdadeiro protagonista da carreira”, afirma Victor.
Matéria elaborada pela Smartcom e publicada no portal Voz do Bairro.

Victor Mastropietro tem mais de 12 anos de experiência em Supply Chain com liderança e atuação na área de Master Data. Atua como consultor SAP Master Data Sênior na Gateware.
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